Quando se fecha os olhos e se olha para dentro de si , o universo se expande...

14/03/2010

A arte de viver


Assim como uma obra de qualquer espécie, sinto a vida.
Mas a primeira pode durar bem mais que a outra no contexto do tempo. São iguais em alguns aspectos pois somente no fim, quando prontas, é que podem ser avaliadas e contempladas.
Durante a produção elas vão se modificando, se moldando e cada toque de seu criador deixa uma marca.
Uma pincelada errada sempre estará lá. Uma certa também.
E assim vamos colorindo a tela da nossa vida e nínguém deve apreciá-la mais do que nós mesmos.
Ontem ouvi uma palestra sobre a velhice. Sei que é um assunto de causar medo.
Medo de quê?
Medo de nosso semelhante, das pessoas em quem teremos que contar muitas vezes para nos dar auxílio. Medo da impaciência, da intolerância, da falta de respeito, da solidão, da incapacidade de seguir adiante com nossas próprias pernas, da cultura social no país em que vivemos, da falta de amor.
Não digo que todos os velhos são inocentes. Acredito que colhemos o que semeamos, mas tenho lá eu cosciência do que estou semeando? É por isso que acredito que devemos nos lapidar, aprender, estudar, ser pessoas melhores para sermos idosos amados e queridos.
Cuidar de nosso corpo e nossa mente para sermos mais independentes e saudáveis possível. Existem velhos chatos, reclamões e existem velhos queridos, sábios, mas todos merecem nosso respeito. Como uma obra que levou anos a ser concluída pode nos parecer feia, bonita, incômoda, mas estará lá, em algum lugar exigindo nossa atenção.
O quê fazemos com nossos velhos? O quê fiz com minha avó?
Minha mensagem é esta, tentar fazer da vida uma bela obra de arte, prazerosa de ser observada, estudada e copiada.
Tarefa difícil né.
Podemos nos inspirar nas grandes pessoas e tentar nos parecer um pouquinho com elas, plantar esta semente e nos tornarmos grandes um dia. Quem sabe?